quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Um certo programa de rádio

Olhem !!

Noticia publicada no site da Rio Branco (faculdade) a qual faço o mesmo curso. Interessante ver o trabalho em equipe ser promovido e apoiado pela faculdade. Mais interessante é a abordagem do tema escolhido !!!

Vamos a uma rádio sintonizada no meio do nada !!

Programa de rádio promovido por alunos das FRB discute formação do profissional de jornalismo

A obrigatoriedade do diploma de jornalismo pode ser encarada como arbitrária, no momento em que, segundo alguns especialistas, fere a liberdade de expressão? Esta foi a questão que norteou o debate proposto pelos alunos da disciplina de Radiojornalismo, do curso de Comunicação Social, das Faculdades Integradas Rio Branco.Assuntos como o espetáculo midiático, as exigências das empresas de comunicação, o código de ética e a qualificação do diploma enriqueceram a discussão. }

Segundo a professora responsável pelo trabalho, Patrícia Rangel, "A escolha do tema mostra que nossos alunos estão maduros e conscientes, com um olhar mais privilegiado a respeito do desempenho profissional", analisa. Participaram do debate, no estúdio de rádio das Faculdades, a professora de jornalismo, das FRB, Clara Corrêa e o diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, Rudinaldo Gonçalves; por telefone, ao vivo, esteve o jornalista e economista Antônio Tofaneto e, por meio de entrevista gravada, o jornalista Heródoto Barbeiro.

O Programa em "Em Foca: um mergulho na notícia" teve sua estréia em setembro deste ano, sendo um projeto do Curso de Jornalismo, realizado pelos alunos da 6ª etapa. O objetivo é abordar diferentes editorias e temas de interesse dos alunos e funcionários das Faculdades.

O "Em Foca" vai ao ar toda sexta-feira, das 10h às 10h20, sendo transmitido por meio dos auto-falantes distribuídos no campus das Faculdades.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Pennsylvania


Pennsylvania número 1600, R: Marques de São Vicente, 235.
Dizia o senhor na palestra – curso do Estadão – para 150 estudantes de jornalismo.

“Vamos ver quem sabe o endereço da Casa Branca” nenhuma manifestação, de inquietos estudantes com um sonho vago de trabalhar na redação do jornal, e olha nem precisa ser exatamente na redação, pode ser até na copa servindo cafezinho para os chefes, buscam oportunidades, mas ninguém sabia os endereços que ele citava, “vamos lá a última chance, qual o endereço do Fórum trabalhista aqui em São Paulo”, ninguém arriscou.

Desesperados estudantes de jornalismo. O cara lá na frente é o “chefe” consegue qualquer vaga para um estudante que manifestasse diferença nessa hora. Sabem disso porque o tal do cara tinha papo e já fazia sua propaganda.

Fez outra pergunta “qual o nome do editor chefe da folha”, ninguém falava “da revista Istoé” ninguém “qual a última capa de revista Valor”... burburinhos no auditório, e ninguém.
Dizia, isso foi critério para um estagiário entrar aqui no Grupo Estado.

Deixo este post para refletir sobre essas questões, que para mim são tão inúteis quanto saber nome dos atores da Globo. Lógico se for trabalhar numa revista de fofoca tenho que saber que o fulano é tal e ciclano não é fulano!

Penso, para que essas informações, para começar um texto talvez. Quando, quem, onde e porque .. sei lá

Então o texto ficaria assim:

Na Casa Branca, localizada na Avenida Pennsylvania número 1600, dia 30 de setembro de 2008, um avião surgiu do céu exatamente às 11h15 ...

O texto ficaria interessante?

........................... sinceramente .. não sei !!!
Dúvidas de quem tenta escrever !!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O ministério da cultura no bico do corvo


“Não adianta nem me abandonar. Porque mistério sempre há de pintar por aí. Pessoas até muito mais vão lhe amar. Até muito mais difíceis que eu prá você” Gilberto Gil


E enfim nos despedimos do nosso ministro da cultura.
Reza a lenda que ele quer abandonar a politica, e o nosso presidente até então não gostaria e deu uma segurada no bahiano que acabou de chegar da turnê pela Europa, dois meses, e chegou decidido.
O motivo pelo qual nosso presidente não gostaria que ele saisse, é da grande confusão que isso irá causar na politica, quesito, cultura. Quem irá assumir?
O presidente tem alguns candidatos e a "politica" outros.
Só espero que o Frank Aguiar não esteja nesta lista, que mais me parece uma lista negra de canditatos.

Mas o que foi feito pelo cultura, fora a grande industria cultural, não vejo grandes feitos, a não ser aqueles feito pelas organizações não governamentais, projetos sem apoio do governo. Tudo bem eu não sou especialista no assunto, mas como o resto, eu não tenho visto nada de mais. O que nosso ministro fez por nós, pela cultura?

Ai como sempre a politica e suas patifarias !!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Datas

Salvador Dali


Sentada num banco, e um dia sol. Observo a banca de jornal e ao lado uma praça, um tempo remoto e parece tão calmo quanto perdido. Pensamento flutua.
Datas e ocasiões não me vêm. Mas lembro de uma tarde.
Entro numa loja, com o presente nas mãos, um par, não coube e ainda precisava da gravação. A mulher sorria para mim, estava sozinha. Ela disse exatamente:
- Qual a data?
- 19/10/2005
Impressionante como no ano de 2008 ainda me lembrava daquela data – comemorada tantas outras vezes.
Perdida num tempo. Não recordo a data que acabou exatamente. As pessoas perguntam: quanto tempo faz que terminou – não lembro – se terminou antes mesmo de acabar, ou se terminou quando ouve um chega, basta.
Se houvesse uma situação contraria e tivesse que devolver o anel, e junto viria uma placa de “encerramento” a qual um brinde, uma caixa para guardar "datas de encerramamento" que nunca seria aberta A moça da loja perguntaria: Qual a data?
Diria: hum ... deixa eu pensar !!! ... coloca sem data, e sem horário por favor. Eu jamais teria resposta, de pronto assim.
È triste saber que o tempo está em nossas mãos. E não teríamos resposta para comemorar um monte de outras coisas.
Como exemplo, ir ao ginecologista, ele pergunta: “qual a data da última menstruação”. Não existe pergunta tão absurda como essa, para mim é algo sem sentido, mesmo porque eu nunca lembro e sempre invento uma.
Mas voltando, talvez aquela tarde simbólica, com o sorriso da atendente, e as perguntas, fosse a placa que levaria para casa e colocaria numa caixa jamais aberta. Poderia até dar um nome – caixa de pandora. Mas ainda lembro, na saída da loja, a atendente dizendo com palavras cantadas e em bom tom.
- Felicidades.

Lá fora, penso, felicidades! Por que não um “volte sempre”, ou leve um cartão e volte para comprar outras alianças, ou até um “seja bem vindo”.
Não foi apenas “Felicidades”.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Comentário !!

Tá certo!!!
Estou em dívida com o blog !!

Mas não achei o texto do Férrez, quando achar eu coloco aqui.

Hoje gostaria de fazer um comentário apenas, como já havia postado sobre o festival de inverno de Paranapiacaba, tenho más notícias, Paranapiacaba não é mais uma Passargada, fiquei sabendo que está um verdadeiro inferno lá... Filas e filas para tudo .. não pode ir até a entrada de carro .. e se paga por um ônibus (fila de uma hora) 10R$.

Não vale a pena

Passargada é Passargada
Paranapiacaba já não é a mesma.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Ferréz

Fonte: ferrez.com.br


Ele é a bola da vez. Escreve de uma forma sensacional, um escritor moderno que nasceu e cresceu no Capão Redondo.


Amanhã postarei um dos meus textos preferidos dele.


Então aguardem o próximo capitulo.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Um pitada de amor


As coisas não valem pelo tempo que duram
mas pela intensidade com que são vividas. Fernando Pessoa


Lá fora a rua vazia chora
Os meus olhos vidram ao te ver são dois fãs, um par
E eu te chamo
Eu te peço vem
Diga que você me quer
Porque eu te quero também
Cassia Eller


Tente passar pelo que estou passando
Tente usar a roupa que eu estou usando
Tente esquecer em que ano estamos
Arranje algum sangue, escreva num pano
Rasgue a camisa, enxugue meu pranto
Pérola Negra
Luiz Melodia



O melhor o tempo esconde longe muito longe
Mas bem dentro aqui Quando o bonde dava volta ali
Bonde da Trilhos Urbanos vão passando os anos E eu não te perdi
Mas aquela curva aberta, aquela coisa certa Não dá entender
Caetano Veloso




CAFÉ FILOSÓFICO
O que podem os afetos?
Viviane Mosé e Nelson Lucero

Nós somos um fundo caótico de afetos e de intensidades que buscam se significar. Como coordenar esse excesso de afetos dando a eles um contorno sem impedi-los de existir? Esta é a questão que a filósofa e psicanalista Viviane Mosé e o terapeuta corporal Nelson Lucero exploraram no Café Filosófico realizado dia 20 de junho, na CPFL Cultura em Campinas – “O que podem os afetos?”.

As faces do poder“O poder hoje se manifesta através da diminuição e do controle da vida. Estamos sempre procurando modelos, buscando um lugar na sociedade. Queremos nos encaixar no jogo, ao invés de jogar nosso próprio jogo”. Com sua sensibilidade de poeta, Viviane aponta que algo está errado: a vida está diminuída, quase por um fio. Seja pela sociedade, que massifica as pessoas, ou pelo inconsciente, que costuma nos levar pelo caminho mais seguro, nós estamos sob controle. Nos encaixotamos em modelos previsíveis, seguimos padrões para não errar. Longe de anunciar uma “conspiração”, a filósofa afirma que é possível reconhecer e driblar esses mecanismos de controle. “Spinoza diz que todo corpo afeta e é afetado por outros corpos e a compreensão desses choques vai produzir os bons e maus encontros.

Quando um encontro nos aumenta, ele produz a ação, mas quando ele nos diminui, ele nos torna passivos e nos entristece”. Viviane diz ainda que, de acordo com Spinoza, a compreensão de alegria e tristeza depende de uma quantidade de intensidade de vida que você ganha. Toda alegria é alegria de viver. Quando você ganha vida você se alegra e quando perde, você se entristece. “O único afeto para Spinoza é a alegria. Tristeza é a falta de alegria, amor é uma alegria atribuída a uma causa externa e raiva é uma falta de alegria atribuída a uma causa externa. Este é um tema maravilhoso, acho que deveríamos estudá-lo na escola”.

Limites para os afetos

Nós deveríamos amar profundamente os limites, pois eles nos permitem organizar este caos que somos”. Partindo de teorias de Nietzsche e Foucault, Viviane Mosé afirma que os limites estão sendo usados equivocadamente em nosso mundo contemporâneo: eles deixaram de ser um meio para atingir a própria vida e passaram a ser finalidade. Resultado: aquilo que deveria potencializar e organizar foi transformado em um entrave que impede a vida de ser vivida plenamente. “Nós tratamos mal nossos excessos de afetos porque não conseguimos lidar com eles, até tentamos eliminá-los. Nosso objetivo principal deveria ser vivê-los”.


A pulsação da vida
“Nós somos puro deslimite” Nelson Lucero
Todos nossos afetos encontram correspondência em nosso corpo. Partindo do princípio de que a vida é pulsação, o terapeuta corporal Nelson Lucero traz um novo olhar sobre os afetos. “A experiência sempre ocorre em primeira pessoa, no singular. Eu só tenho acesso à experiência do outro pela expressão, que é campo da ação: tudo o que eu experimento, de alguma maneira, vai criar forma: minha fala, expressão social, uma reação motora... Se os afetos percorrem toda a vida, nós podemos afirmar que eles impulsionam e excitam a vida. A própria vida é excitação e tensão, estamos vivos porque há uma excitação que nos percorre”.

Lucero ressalta que a principal propriedade da vida é criar formas, e este jogo tem dois caminhos: a contração e a expansão. Portanto, quando cria formas, a vida se endurece ou se dissipa. Ele exemplifica como os afetos são as formas de manifestação da vida no corpo: “A neurose, por exemplo, é criar um movimento na contração: é me defender, gastar energia. O outro extremo disso é me perder na expansão. Um sinal psicótico que o corpo dá é a estranheza do corpo: quando a pessoa não reconhece sua própria mão ou seu próprio rosto, ela está na eminência da psicose”.

O terapeuta explica que a própria vida e a morte podem ser sentidas de outra maneira: “Neste jogo de afetar e ser afetado, nós morremos e nos produzimos continuamente: é aí que reside nossa capacidade de maior ou menor autonomia. Quando eu não afronto a vida, ou tenho medo da morte, eu crio uma imobilidade, uma dureza, que me faz perder a capacidade de afetar e ser afetado. Não sinto mais a vida que pulsa em mim”.




Fonte: Café Filosófico

quinta-feira, 3 de julho de 2008

BULLYING?

Fonte: theglobeandmail


Quem já não presenciou um ato de “bulllying”, com certeza todos nós.
O termo parece novo. Proibiram até um game chamado BULLY, cujo o qual retrata ações dos praticantes e das vitimas. Muitas vezes os pais não percebem atos como este, e isso futuramente para ambas partes pode gerar sérios problemas no futuro. Vamos ao Bullying.

BULLYING
O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.
Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de BULLYING possíveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas ações que podem estar presentes:

Colocar apelidos / Ofender/ Zoar / Gozar / Encarnar / Sacanear/ Humilhar / Fazer sofrer/ Discriminar / Excluir / Isolar / Ignorar / Intimidar / Perseguir Assediar / Aterrorizar / Amedrontar / Tiranizar / Dominar / Agredir Bater / Chutar / Empurrar / Ferir / Roubar / Quebrar pertences

O BULLYING é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana. Pode-se afirmar que as escolas que não admitem a ocorrência de BULLYING entre seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo.
Seja qual for a atuação de cada aluno, algumas características podem ser destacadas, como relacionadas aos papeis que venham a representar:

Alvos de Bullying - são os alunos que só sofrem BULLYING; alvos/autores de Bullying - são os alunos que ora sofrem, ora praticam BULLYING; autores de Bullying - são os alunos que só praticam BULLYING;testemunhas de Bullying - são os alunos que não sofrem nem praticam Bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre.

Os autores são, comumente, indivíduos que têm pouca empatia. Freqüentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. Admite-se que os que praticam o BULLYING têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas.

Os alvos são pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as conseqüências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. São, geralmente, pouco sociáveis. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças.

Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens que estrema depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio.
As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas". Apesar de não sofrerem as agressões diretamente, muitas delas podem se sentir incomodadas com o que vêem e inseguras sobre o que fazer. Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente

Quando não há intervenções efetivas contra o BULLYING, o ambiente escolar torna-se totalmente contaminado. Todas as crianças, sem exceção, são afetadas negativamente, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Alguns alunos, que testemunham as situações de BULLYING, quando percebem que o comportamento agressivo não trás nenhuma conseqüência a quem o pratica, poderão achar por bem adotá-lo.
Alguns dos casos citados na imprensa, como o ocorrido na cidade de Taiúva, interior de São Paulo, no início de 2003, nos quais um ou mais alunos entraram armados na escola, atirando contra quem estivesse a sua frente, retratavam reações de crianças vítimas de BULLYING. Merecem destaque algumas reflexões sobre isso:

Depois de muito sofrerem, esses alunos utilizaram a arma como instrumento de "superação” do poder que os subjugava.seus alvos, em praticamente todos os casos, não eram os alunos que os agrediam ou intimidavam. Quando resolveram reagir, o fizeram contra todos da escola, pois todos teriam se omitido e ignorado seus sentimentos e sofrimento.As medidas adotadas pela escola para o controle do BULLYING, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão positivamente para a formação de uma cultura de não violência na sociedade.

As crianças que sofrem BULLYING, poderão não superar, parcial ou totalmente, os traumas sofridos na escola Poderão crescer com sentimentos negativos, especialmente com baixa auto-estima, tornando-se adultos com sérios problemas de relacionamento. Poderão assumir, também, um comportamento agressivo. Mais tarde poderão vir a sofrer ou a praticar o BULLYING no trabalho

Aqueles que praticam Bullying contra seus colega poderão levar para a vida adulta o mesmo comportamento anti-social, adotando atitudes agressivas no seio familiar (violência doméstica) ou no ambiente de trabalho.
As testemunhas também se vêem afetadas por esse ambiente de tensão, tornando-se inseguras e temerosas de que possam vir a se tornar as próximas vítimas.

Fonte: bullying.com.br

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Uma vela para Dario


Eu já vi duas versões do conto abaixo, nos fabulosos " contos da meia-noite" transmitido na rede cultura.

Uma vela para Dario
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca.Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protestou o motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado á parede - não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-las.Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delicias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na carteira era de outra cidade.Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu a multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes.O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo — os bolsos vazios. Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio quando vivo - só podia destacar umedecida com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão.A última boca repetiu — Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto.Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem a boca, onde a espuma tinha desaparecido. Apenas um homem morto e a multidão se espalhou, as mesas do café ficaram vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos.Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair.


Autor: Dalton Trevisan

terça-feira, 1 de julho de 2008

A hora da Lei Seca

Fonte: allposters

Na minha opinião
Sábado durante a noite a nossa preocupação foi apenas esta “lei seca”: por um lado é bom por causa de acidentes etc e tal, por outro é literalmente um porre. Agora assim dois copinhos de cerveja, será que deixa uma pessoa embreagada? Muito exagero.
E para que as propagandas de bebidas alcoolicas precisam colocar no final “se beber não dirija”? é não dirija mesmo !! rs
Assunto da semana!

E o que este cara ai em cima faria se estivesse vivendo nesta época?
Qual seria a forma de burlar a lei? Salvo engano ele viveu na época em que o EUA criava a sua “polêmica e desastrosa lei seca”.


Nos Estados Unidos
A definição se tornou famosa após a proibição ter sido adotada nos Estados
Unidos em 16 de janeiro de 1919, quando foi ratificada a 18ª Emenda à Constituição do país, entrando em vigor um ano depois, em 16 de janeiro de 1920. Seu cumprimento foi amplamente burlado pelo contrabando e fabricação clandestina. A Lei Seca foi abolida em 5 de dezembro de 193
3, tendo assim durado 13 anos, 11 meses e 24 dias.

No Brasil

No Brasil não existe a Lei Seca, mas um dispositivo legal que vigora durante a época das eleições. O período de proibição varia de acordo com a legislação de cada estado.O expediente é usado também por muitas cidades numa tentativa de conter os índices de violência. Geralmente em dias úteis da semana, no período da madrugada, os bares são proibidos de funcionar e comércio de bebidas, reprimido.Em 20 de junho de 2008 foi aprovada a Lei 11.705, modificando o Código de Trânsito Brasileiro. Apelidada de "lei seca", proíbe o consumo de qualquer quantidade de bebída alcóolica por condutores de veículos.[

Fonte: wikipedia

quarta-feira, 18 de junho de 2008

FESTIVAL DE INVERNO.. vou-me embora para PARANABIACA !!!


Vou-me embora pra Paranapiacaba
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Paranapiacaba

Vou-me embora pra Paranapiacaba
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Paranapiacaba

Em Paranapiacaba tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Paranapiacaba

Programação:

Dia 20
13h – Grupo Mawaca (Clube ULS)
14h – Hamilton de Holanda e Danilo Brito (Espaço Viradouro)
17h – Duofel (Clube ULS)18h – Zeca Baleiro e banda (Espaço Viradouro)

Dia 26
15h – Trio 202 Nelson Ayres, Toninho Ferragutti e Ulisses Rocha (Clube ULS)17h – Fabiana Cozza e banda (Espaço Viradouro)19h – Balé de Diadema e Grupo Pedra Branca (Clube ULS)21h – Otto e banda (Espaço Viradouro)

Dia 27
13h – Sound Scape Big Band (Clube ULS)
14h – Eddie C. Campbel e Irmandade do Blues (Espaço Viradouro)17h – Badi Assad Trio (Clube ULS)
18h –Scott Henderson Trio (Espaço Viradouro)


Mais informações sobre a programação estarão disponíveis através do telefone do Centro de Informações Turísticas da vila, 4439-0237.


Programação completa:
http://guiadoviajante.com/415/programacao-do-8-festival-de-inverno-de-paranapiacaba/

terça-feira, 17 de junho de 2008

200 anos de Imprensa Brasileira

Almanaque da Comunicação

“Rodamos o mundo atrás de novidades e acabamos pagando multa pelo excesso de bagagem Fonte: Meio e Mensagem.

O Observatório na cobertura do questionável quarto poder.
Viva os 200 anos da imprensa, que por sua vez não ouve nem uma comemoração quando completou seus aninhos semana passada. Observatório de imprensa criticou. E eu acrescento, comemorar o que? O novo método do jornalismo. Cópia e cola. Cópia e cola. É isso que venho aprendendo com a mídia eletrônica. Então para seguir a nova tradição. Vamos ao texto do Observatório.


IMPRENSA BRASILEIRA, 200 ANOS
Uma comemoração envergonhada

Nossa imprensa envergonhou-se no domingo (1º/6) ao completar 200 anos de existência. De todos os jornais e revistas de referência nacional, apenas a Folha de S.Paulo lembrou-se do "Dia da Imprensa" e a ele dedicou uma página inteira do primeiro caderno.
O primeiro texto do primeiro periódico a circular no Brasil, o Correio Braziliense, foi escrito em Londres por Hipólito da Costa, patrono do nosso jornalismo, no dia 1º de junho de 1808. Um aniversário desta importância não pode passar em brancas nuvens, nem ser jogado na clandestinidade.
A súbita amnésia não pode ser atribuída ao mal de Alzheimer nem à senilidade. Este esquecimento tem explicações: o Brasil foi um dos países da América que mais tarde ingressou na Era Gutenberg e este atraso não pode ser atribuído ao acaso nem apenas ao absolutismo português.
Dura na queda
O Brasil foi censurado ao longo de 308 anos. E a culpa maior desta censura deve ser atribuída à Santa Inquisição. E a Inquisição era um braço da Igreja. E a ala mais agressiva e poderosa da Igreja contemporânea chama-se Opus Dei – com grande influência na mídia latino-americana, sobretudo no Brasil.
No domingo, dia em que nosso jornalismo completou dois séculos, deixamos de homenageá-lo. Não foi por falta de espaço, os jornais estavam cheios de publicidade. Assim como a Folha encontrou uma forma de saudar a data, os demais poderiam ter feito o mesmo. Ou até mais.
A festa do jornalismo não aconteceu porque os donos do nosso jornalismo não quiseram ferir suscetibilidades nem lembrar que a Inquisição não morreu, apenas trocou de nome.


Por: Por Alberto Dines em 2/6/2008

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Churrasco na Laje na casa do Paulo Maluf


Frase da Veja desta semana!!!!

“ Se eu for prefeito de São Paulo, irei fazer uma laje sob o Rio Pinheiros e o Tiete, criando 8 pistas” Paulo Maluf

Mais uma das suas frases pragmáticas !!!

Sim crie uma laje sob os rios e chame os paulistanos para o famoso “churrasco na laje”.


Ai a política e suas patifarias.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A BENETTON E A PROPAGANDA NOSSA DE CADA DIA!!!!

fotografia: Oliviero Toscani

VIVA AO ANÚARIO DE CRIAÇÃO !!!

Entro no metrô, linha verde, e comecei a prestar atenção naquela televisão que colocaram agora (Tv Minuto) , que diga-se de passagem para mim, como muitas outras coisas que o metrô está envolvido em uma grande lavagem de dinheiro. Porque, ao contrário, investir dinheiro em televisões, poderiam muito bem investir no transporte público. Porque eles não investem em um grande projeto para melhorar o trânsito? Mas isso é uma questão discutível.
Prestando atenção na Tv, aparece um homem com os braços cruzados, e uma legenda embaixo: “você encara a violência assim!” e depois vem uma mulher fazendo o símbolo da SOU DA PAZ(com as mãos), e a seguinte legenda: “ou você encara a violência assim”. E para finalizar: “Seja uma filiado da SOU DA PAZ”.
Que propaganda é essa? Parece propaganda para se filiar ao um grêmio de faculdade, filie-se. E qual é a proposta? De como se encara a violência? eu encaro com muito medo. E a “Sou da Paz” encara fazendo uma propaganda com o símbolo de paz com as mãos. A questão da violência também é discutível.
A questão é a propaganda, é ruim. Fico pensando: como as propagandas são ruins. Não é só essa, muitas não passam mensagens. As vezes vejo uma propaganda e nem sei de que empresa ela é, ou porque não lembro, ou porque a propaganda brilha de uma forma a qual não associa a imagem da empresa.


Mas quem é a amante de propaganda e publicidade, sabe, existem propagandas vencedoras e dignas de até mesmo uma foto no anuário do “Clube de Criação” , que por sinal é respeitadíssimo no meio publicitário, são caros e para poucos.
Propaganda que tenho certeza que muita gente vai lembrar são as da Benetton, isso sim é propaganda. Polêmicas, mas dificilmente as pessoas esqueceram as propagandas da Benetton, e mais, associam bem a marca.
Tão polemica a marca de roupas italiana, ganhou espaço em uma exposição “Controvérsias – Uma História Ética e Jurídica da Fotografia” que aconteceu em abril deste ano na Suíça, pagaria muito para vê-las, grande parte da exposição foi das campanhas da Benetton que chocam !!!! Como há muito tempo não se vê por aqui.

Bárbara Pinheiro

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Uma Homenagem - CHICO BUARQUE


Hoje acordei com o despertador, na música, Marisa Monte, Segue o Seco; a boiada seca, na enxurrada seca, a trovoada seca, na enxada seca, segue o seco sem sacar que o caminho é seco, sem sacar que o espinho é seco, E a água que sacar será um tiro seco, e secará o seu destino secará. Ô chuva, vem me dizer, se posso ir lá em cima prá derramar você. Ô chuva, preste atenção, se o povo lá de cima vive na solidão
Linda canção, que sacada a dela. Mas pensando em canções que são grandes sacadas na verdade, lembro de Chico Buarque, onde as músicas na sua maioria tem uma interpretação atrás, Me disseram que tem um livro com as músicas e suas interpretações do explendido...... Chico Buarque. A música que não sai da minha cabeça “ Tira as Mãos de Mim” é fora do comum, por isso pesquisei sobre sobre e a história é bem complicada, achei a interpretação, e por coincidência, o nome da esposa de Calabar é Bárbara.
“No século XVII, o Brasil sofreu invasão Holandesa, O Brasil ainda era colonizado. Em meio a esta invasão, se destacou um mulato alagoano chamado Domingos Fernandes Calabar, casado com Bárbara. amavam-se e lutavam, juntos, pelos seus ideais. O Brasil vivia um grande desenvolvimento no cultivo da cana-de-açúcar, despertando os interesses de outras nações, principalmente a Holanda. Isso fez com que os holandeses invadissem o Nordeste. Em uma dessas invasões, no Arraial do Bom Jesus, começou a aparecer a figura de “Calabar”, defendendo o seu lugar e mais tarde lutando ao lado dos Holandeses, o que lhe custou um título de traidor da pátria brasileira, a história foi contada pelos portugueses, que na época tinham o poder sobre a terra brasileira.
Voltando-se para Bárbara, mulher de Calabar, teve o poder de despertar o desejo em um amigo de Calabar, Sebastião Souto, que foi quem entregou o seu “amigo” para os portugueses. Cometeu este ato, com o simples desejo de possuir Bárbara.”


CHICO BUARQUE
Ele era mil (Calabar)
Tu és nenhum (Souto)
Na guerra és vil (Souto)
Na cama és mocho (Souto)
Tira as mãos de mim (Bárbara)
Põe as mãos em mim (Bárbara)
E vê se o fogo dele (Calabar)
Guardado em mim (Bárbara)
Te incendeia um pouco (Souto)
Éramos nós (Bárbara e Calabar)
Estreitos nós (Bárbara e Calabar)
Enquanto tu (Souto)
És laço frouxo (Souto)
Tira as mãos de mim (Bárbara)
Põe as mãos em mim (Bárbara)
E vê se a febre dele (Calabar)
Guardada em mim (Bárbara)
Te contagia um pouco. (Souto)

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Nietzsche


Eu aprendi em uma dessas aulas malucas da faculdade, que blog pode ser tanto ser uma busca de notícias na internet, ou seja algo que vc pesquisou, ou tanto quanto aquelas que vc escreve por opinião, conclusão, pq aconteceu ou viu, enfim, uma infinidades de outras coisas
Parece que tudo se torna notícia.
Certo dia, no meu trabalho estava pesquisando se aquele livro "Quando Nietzsche Chorou" era classificado como auto-ajuda. E vejam o texto que encontrei, onde se fala de Nietzsche, é lindo como a autora é romântica com Nietzsche.
E naquele momento eu justamente trabalhava em uma editora e convivia com títulos e classificação de livros, os mais vendidos etc, e o texto caiu como luva nas minhas maõs
Fora o que eu ouço, sem querer julgar os amantes da leitura de auto-ajuda, mas é impressionalmente como se vende livros desta classificação. Na minha opinião as pessoas compram livros que a leitura seja mais fácil de compreender, ler Nietzsche, é estranhamente difícil e requer uma bagagem cultural e analítica forte. Eu acredito que se eu viajar no Nietzsche eu ficaria uma pouco mais louca.

A Auto-desajuda de Nietzsche

Paro em frente à vitrine da livraria famosíssima em Curitiba. Livros de auto-ajuda por toda parte. Eu, em meio à uma discreta – e, às vezes, não tão discreta – depressão que dura toda a minha vida, deveria os ler, sim. Parecem, pelos títulos expostos ali, que ensinariam-me a vencer na vida, no amor, a aparentar sucesso profissional. Um deles até mesmo promete que descobriria O Poder dentro de mim e outros a encontrar quem mexeu no meus queijos e salames, provavelmente nomes novos para coisas espirituais. Encosto a testa no vidro, num desânimo, por saber o que todos eles dizem: que devo repetir para mim mesma, por dez minutos, todas as manhãs, que sou um sucesso. Que devo vestir-me como uma pessoa de sucesso, que devo dizer em voz alta nomes de virtudes humanas. (Oh, contava, dia desses, um amigo, que, todas as sextas-feiras, em sua empresa, uma terapeuta faz os funcionários jogarem bolas coloridas para cima, enquanto gritam nomes de virtudes humanas como: “Perseverança!”, “Coragem!”, “Fraternidade!”.) Ponho a mão no bolso para pegar mais um anti-ácido.Decido sentar na praça, em frente à livraria famosa em que não entrei, com minha velha edição de bolso de Ecce Homo – de como a gente se torna o que a gente é, de Friedrich Nietzsche (L&PM, 2004, 206 págs.). Ele nunca estará na lista dos mais vendidos, ele nunca estará num daqueles pedestais ornados da livraria, porque Nietzsche percorre o caminho mais difícil, porque ler Nietzsche não é para qualquer um.O mundo todo está numa corrida por virtudes humanas. Agora, ser virtuoso é bem de consumo. Antes eram os carros, a posição profissional. Depois o corpo, os músculos, o silicone, as bolsas da Daslu. Agora está na moda ser bom. Vejo as camisetas, pulseirinhas, em prol de todas as causas possíveis: guaxinins em extinção no sudoeste do Sri Lanka, criancinhas famélicas da África, o grupo de senhoras bordadeiras de São João do Triunfo... e você nem precisa conhecê-los, não, compra-se pela internet: pulseirinhas, camisetas, xícaras, imãs de geladeira da bondade humana. Acaba de passar um rapaz com meia-dúzia de pulseirinhas em prol de desabrigados, famintos e clubes de futebol falidos. Com o livro no colo, dou um meio sorriso: “a piedade é uma virtude apenas para os décadents”.(Ah, Friedrich, por você, muitas vezes, enlouqueço, percorrendo a casa de pijamas, tateando as paredes às cegas e resmungando: "Friedrich, Friedrich, por que você morreu? Quem mais dirá tão verdadeiras coisas, meu querido?").E calem-se nossos conceitos de Bem e Mal, para compreender Nietzsche, cale-se tudo o que se tenha aprendido. O rapaz das pulseirinhas não sabia, e, nem a moça que passa agora, com uma camiseta do Greenpeace e bolsa da campanha do "Sim" à proibição do comércio de armas, que pensava ele ser a piedade, seja com as baleias ou os times de futebol, muito parecida com as más maneiras, e, que aquela poderia interferir no destino da criatura de maneira trágica. Tiramos dela o sofrimento, tiramos dela o privilégio de crescer, e ela não se torna o que poderia ser.Manipular pessoas com sorrisos e bajulações, galgar postos às custas do Poder dentro de Nós, e outras fórmulas que os livros de auto-ajuda ensinam, Nietzsche, há mais de cem anos, já havia desmascarado: “A condição de existência dos bons é a mentira”. Por não quererem ver, a todo custo, como a realidade é constituída no fundo. A realidade, e seus horrores são mais necessários que a bondade, por ser esta de caráter mentiroso. Desvio os olhos do livro, já sorrindo completamente. Ler Nietzsche não é para qualquer um.Uma senhora sai da livraria, felicíssima, com seu livro de auto-ajuda. Que lhe dirá mentiras horrendas sobre a alegria do otimismo. Fará a velhinha feliz, por, talvez, meia-hora. Diria Nietzsche: “o otimista é tão décadent quanto o pessimista, e talvez mais daninho do que ele".


Fico a observar a vitrine. Aquelas pilhas e pilhas de papel, todos aqueles livros, listas de mais-vendidos, em vão. Noites de autógrafos, fãs desesperadas em busca de autógrafos dos autores, que viraram celebridades. Friedrich Nietzche havia dito que, numa frase, poderia escrever muito mais do que muitos em livros inteiros, e escreveu-as. E valem, valem mais do que todos aqueles livros. Ah, para todos os problemas da humanidade, a solução era tão simples: “No fato de um homem bem-educado fazer bem aos nossos sentidos: no fato de ele ser talhado em uma madeira que é dura, suave e cheirosa ao mesmo tempo. A ele só faz gosto o que lhe é salutar; seu prazer acaba onde as fronteiras do salutar passam a estar em perigo. O que não acaba com ele, fortalece-o. Acumula por instinto tudo aquilo o que vê, ouve e experimenta: é um princípio selecionador, ele reprova muito. Ele está sempre em sua própria companhia, honra pelo ato de selecionar, pelo ato de permitir, pelo ato de confiar. A todo tipo de estímulo ele reage lentamente, com aquela lentidão que uma longa cautela e um orgulho desejado inculcaram nele. Não acredita nem no infortúnio, nem na culpa: ele dá conta de si mesmo, ele sabe esquecer. Ele é forte o suficiente a ponto de fazer com que tudo tenha de vir para o seu bem... Vá lá, eu sou o antípoda de um décadent: pois acabei de descrever a mim mesmo.”Deixo a praça. Não comprei nenhum livro, nenhuma pulseirinha, nenhuma camiseta. Eu precisaria mesmo era comprar um novo exemplar de Ecce Homo, que o meu, por tanto manuseio e anotações nas margens, está se desmanchando. Mas, meu livro de auto-desajuda, naquela livraria, certamente, não iria ter.Para ir além

Autora: Andréa Trompczynski
Fonte: Digestivo Cultural

quinta-feira, 15 de maio de 2008

REVISTA OCAS - Saindo das ruas


Uma bela noite de sábado, sentada em um bar com um pessoal, na famosa rua Augusta, aparece um vendedor da Revista "Ocas". Já vi um edição da "Ocas" e na faculdade fizeram um documetário bem interessante da Revista, da qual não é vendida nas bancas e sim por moradores de rua, que a cada venda, 3R$, ganha 2R$.
Interessante o trabalho da "Ocas" e começamos a fazer diversas perguntas. Ele, o morador de rua começou a contar as suas histórias e disse até que jogou bola com o Chico Buarque, e que viajou, não me lembro o lugar, mas disse de um campeonato mundial dos moradores de rua, fiquei impressionada. Ele disse que foi morar na rua porque perdeu tudo, e passou por bons bucados, a filha e a esposa morreram num acidente em uma viagem, disse que ficou louco, desesperado, sem saber o que pensar ou fazer, foi para rua, onde encontrou com diversas situações, coisas que ele não poderia entrar em detalhes, mas que depois que a "Ocas" ofereceu uma oportunidade de construir novamente sua vida e retornar a alto estima, ele estava bem melhor, falou que a "Ocas" não é uma instituição de caridade, se trabalha você ganha, se não trabalha não ganha, e é apenas destinada a venda para moradores ou ex-moradores de rua.

Muito interessante a história deste vendedor, por isso, eu vou postar hoje, algo que me deixou mais uma vez impressionada. Li a matéria no site do Comunique-se, e estou colocando a disposição.




Sem lenço, sem documento e a rua como moradia



Um grupo de amigos viveu na última semana, em São Paulo, uma experiência dolorosa, dessas que provocam uma imensa catarse, seguida de uma ferida de difícil cicatrização. Além de um profundo processo de reflexão sobre o próprio futuro.
Fomos encontrar, como morador de rua, um profissional de estirpe, de carreira brilhante, que nos mais de 30 anos de atividade, foi repórter, editor e chefe de publicações como Gazeta Mercantil, DCI, IstoÉ, O Globo, Folha de S.Paulo e TV Record. Mais interessante: foi um dos primeiros jornalistas brasileiros especializados na nobre editoria de finanças.
Sem dinheiro, sem trabalho, sem roupa, sem moradia, relegado pelo pequeno núcleo familiar, com a auto-estima abalada e, o que é pior, sem esperança e sem opções, encontrou abrigo nas ruas da cidade e também nos albergues da Prefeitura de São Paulo, com direito a pouso (era obrigado a acordar e sair às 5h da manhã), banho (muito rápido, porque havia fila de espera), um prato de comida (aí a concorrência às vezes ajudava, porque permitia escolher entre a comida pública e aquela oferecida por ONGs e outras entidades assistenciais) e alguma assistência médica.
Como companhia, vagabundos diversos, criminosos de todos os tipos (inclusive os de alta periculosidade), deficientes físicos e mentais e (acreditem se quiser) alguns outros profissionais diplomados, como médicos, advogados e pelo menos mais dois jornalistas.
No sábado, num encontro que com ele estivemos, eu, Nelson Blecher, diretor de Redação de Época Negócios, e Fernando Porto, repórter do Diário do Comércio, que já há algumas semanas é a ponte entre ele e o mundo civilizado, numa tentativa de evitar o pior. Foi na Praça da Sé, no Centro Cultural da Caixa Econômica. Ali nosso colega recobrou parte das esperanças, não sem antes se emocionar, chorar, tossir (seqüela de uma pneumonia que insiste em não abandoná-lo, apesar de medicado, como ele disse estar) e contar algumas histórias de sua perambulação pelo mundo da miséria, dos desvalidos, daqueles que encontraram a rua como moradia e os anônimos como família.
Rubens, sim o primeiro nome me arrisco a revelar, mas vou manter nosso personagem no anonimato para preservá-lo, sobretudo porque estamos apostando na sua reintrodução no mundo do trabalho e de uma vida digna, contou que a vida (por culpa dele próprio) foi lhe fechando os caminhos, até empurrá-lo para esse beco praticamente sem saída.
Ele também um boca de rango, como são chamados os moradores de rua que disputam as refeições gratuitas oferecidas na cidade, contou ter dia em que a espera por um prato de comida, chegava a três horas.
“A indústria da miséria é muito poderosa” contou ele para nós, dizendo ser a igreja uma das grandes beneficiárias de recursos da Prefeitura. E como bom jornalista investigativo, apontou dúvidas e questionamentos em relação ao uso desses recursos, por conseguir enxergar nas ruas coisas que os homens da civilização não conseguem ver.
“Sofremos muita humilhação. Muita mesmo. Outro dia fui pedir um copo de água de torneira num bar e o balconista me falou, na lata: ‘água de torneira não se pode pedir aqui sentado no balcão, não; espera lá na porta da rua’. Você não sabe o que fazer; a vontade é de desaparecer”.
Dinheiro fácil? Também tem. Não é muito, mas tem. O “programa câmbio” dá a quem tem o CPF limpo, sem pendengas financeiras, R$ 15. Isso mesmo, R$ 15 limpinhos. É só ir lá, nas escadarias da Praça Ramos de Azevedo, ao lado do Teatro Municipal, a qualquer hora do dia (incrível isso) e assinar uns papéis. Sabem o que são esses papéis? Aquisição fictícia de dólar para lavar dinheiro sujo - coisa de U$ 5 mil por CPF. Uma desfaçatez, um crime que a polícia finge não ver e que faz a alegria de traficantes e outros criminosos, que se valem da miséria para mostrar que nesse país muitas vezes o crime compensa.
São histórias que Rubens está vivendo na pele, não por opção, mas por falta de, já há dois meses. Ele já vinha cambaleante havia um ano, desde que teve de deixar a casa em que morava de favor, da única irmã que tem, numa cidade do interior, próxima de São Paulo. Desde então não mais se acertou. Agüentou o quanto pôde, com um ou outro frila, morando em pensões, até que tudo nem isso deu mais.
Família? Desde que se separou de sua mulher, também jornalista, quase 30 anos atrás, perdeu contato completamente, inclusive com o filho, então recém-nascido, que nunca mais encontrou na vida. A única coisa que sabe é que o menino tem hoje 28 anos, é advogado e mora em São Paulo.
Com algum dinheiro nas mãos, para uma ação de emergência, e uma enorme esperança no coração, ele se despediu de nós voltando a acreditar que voltaria a ter melhores dias pela frente. Nós também saímos confiantes num desfecho positivo, até porque a solidariedade de vários outros colegas foi fantástica.
Ainda é cedo para saber se tudo sairá como o esperado, mas ele já deixou o albergue, passou alguns dias num hotel simples (um cinco estrelas se comparado ao albergue da prefeitura), com direito a tevê e bife a milaneza, e hoje está morando numa pensão bancada pelo Sindicato dos Jornalistas, que, acionado, não se furtou a acolhê-lo e a dar apoio, assim como também fizeram vários dos amigos que ele fez ao longo dos anos em que freqüentou as respeitadas redações.
O primeiro passo foi dado e agora já há garantia de alguns trabalhos para ele, de modo a que possa entrar novamente em ritmo de jogo e quem sabe voltar a brilhar. Tem apenas 57 anos e pode, portanto, ter ainda muitos anos produtivos pela frente.
Esse grupo de amigos, que tem também como um dos pilares Lino Rodrigues, além de se empenhar na questão material, financeira e de trabalho, tenta agora o que seria o passo decisivo e mais importante: reaproximá-lo da família. Se os céus e os anjos estiverem ao lado de todos nós, haverá de dar certo.
Nós é que nunca mais seremos os mesmos depois dessa experiência que mexeu com os mais nobres de nossos sentimentos.
Fica a lição de que o jornalismo, como várias das profissões estressantes, pode levar alguns de seus representantes para a beira do abismo. Temos de pensar seriamente nisso para quem sabe construir uma rede de proteção como acontece em algumas outras atividades, caso dos artistas, por exemplo, que tem conseguido dar abrigo e dignidade àqueles, que já sem forças e condições, querem apenas ter uma velhice digna.
Um tapa na cara de quem se julga acima do bem e do mal, dono da verdade e paladino da justiça, da moralidade e dessas que certamente não desejamos para nosso pior inimigo, mas que traz ensinamentos importantes para quem, como nós, abraçou esta difícil e fascinante atividade como ofício.
A partir de e-mails trocados entre dois colegas, pudemos constatar que um deles tinha chegado ao fundo do poço, perdendo inclusive o mais valioso dos bens, a vontade de viver.
Foi um choque. Como seria possível um profissional renomado, que fez uma brilhante carreira nos anos 70, 80 e 90, com passagens por nada menos que O Globo, Folha de S.Paulo, IstoÉ, Gazeta Mercantil, DCI e TV Record, sempre em cargos de alguma relevância, chegar àquela situação, sem família, sem emprego, sem dinheiro, sem casa, sem roupa, sem auto-estima e, pior de tudo, sem esperança?
(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia "Fontes de Informação" e o livro "Jornalistas Brasileiros - Quem é quem no Jornalismo de Economia". Integra o Conselho Fiscal da Abracom - Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.


Fonte: Jornalista e Cia