quarta-feira, 30 de julho de 2008

O ministério da cultura no bico do corvo


“Não adianta nem me abandonar. Porque mistério sempre há de pintar por aí. Pessoas até muito mais vão lhe amar. Até muito mais difíceis que eu prá você” Gilberto Gil


E enfim nos despedimos do nosso ministro da cultura.
Reza a lenda que ele quer abandonar a politica, e o nosso presidente até então não gostaria e deu uma segurada no bahiano que acabou de chegar da turnê pela Europa, dois meses, e chegou decidido.
O motivo pelo qual nosso presidente não gostaria que ele saisse, é da grande confusão que isso irá causar na politica, quesito, cultura. Quem irá assumir?
O presidente tem alguns candidatos e a "politica" outros.
Só espero que o Frank Aguiar não esteja nesta lista, que mais me parece uma lista negra de canditatos.

Mas o que foi feito pelo cultura, fora a grande industria cultural, não vejo grandes feitos, a não ser aqueles feito pelas organizações não governamentais, projetos sem apoio do governo. Tudo bem eu não sou especialista no assunto, mas como o resto, eu não tenho visto nada de mais. O que nosso ministro fez por nós, pela cultura?

Ai como sempre a politica e suas patifarias !!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Datas

Salvador Dali


Sentada num banco, e um dia sol. Observo a banca de jornal e ao lado uma praça, um tempo remoto e parece tão calmo quanto perdido. Pensamento flutua.
Datas e ocasiões não me vêm. Mas lembro de uma tarde.
Entro numa loja, com o presente nas mãos, um par, não coube e ainda precisava da gravação. A mulher sorria para mim, estava sozinha. Ela disse exatamente:
- Qual a data?
- 19/10/2005
Impressionante como no ano de 2008 ainda me lembrava daquela data – comemorada tantas outras vezes.
Perdida num tempo. Não recordo a data que acabou exatamente. As pessoas perguntam: quanto tempo faz que terminou – não lembro – se terminou antes mesmo de acabar, ou se terminou quando ouve um chega, basta.
Se houvesse uma situação contraria e tivesse que devolver o anel, e junto viria uma placa de “encerramento” a qual um brinde, uma caixa para guardar "datas de encerramamento" que nunca seria aberta A moça da loja perguntaria: Qual a data?
Diria: hum ... deixa eu pensar !!! ... coloca sem data, e sem horário por favor. Eu jamais teria resposta, de pronto assim.
È triste saber que o tempo está em nossas mãos. E não teríamos resposta para comemorar um monte de outras coisas.
Como exemplo, ir ao ginecologista, ele pergunta: “qual a data da última menstruação”. Não existe pergunta tão absurda como essa, para mim é algo sem sentido, mesmo porque eu nunca lembro e sempre invento uma.
Mas voltando, talvez aquela tarde simbólica, com o sorriso da atendente, e as perguntas, fosse a placa que levaria para casa e colocaria numa caixa jamais aberta. Poderia até dar um nome – caixa de pandora. Mas ainda lembro, na saída da loja, a atendente dizendo com palavras cantadas e em bom tom.
- Felicidades.

Lá fora, penso, felicidades! Por que não um “volte sempre”, ou leve um cartão e volte para comprar outras alianças, ou até um “seja bem vindo”.
Não foi apenas “Felicidades”.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Comentário !!

Tá certo!!!
Estou em dívida com o blog !!

Mas não achei o texto do Férrez, quando achar eu coloco aqui.

Hoje gostaria de fazer um comentário apenas, como já havia postado sobre o festival de inverno de Paranapiacaba, tenho más notícias, Paranapiacaba não é mais uma Passargada, fiquei sabendo que está um verdadeiro inferno lá... Filas e filas para tudo .. não pode ir até a entrada de carro .. e se paga por um ônibus (fila de uma hora) 10R$.

Não vale a pena

Passargada é Passargada
Paranapiacaba já não é a mesma.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Ferréz

Fonte: ferrez.com.br


Ele é a bola da vez. Escreve de uma forma sensacional, um escritor moderno que nasceu e cresceu no Capão Redondo.


Amanhã postarei um dos meus textos preferidos dele.


Então aguardem o próximo capitulo.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Um pitada de amor


As coisas não valem pelo tempo que duram
mas pela intensidade com que são vividas. Fernando Pessoa


Lá fora a rua vazia chora
Os meus olhos vidram ao te ver são dois fãs, um par
E eu te chamo
Eu te peço vem
Diga que você me quer
Porque eu te quero também
Cassia Eller


Tente passar pelo que estou passando
Tente usar a roupa que eu estou usando
Tente esquecer em que ano estamos
Arranje algum sangue, escreva num pano
Rasgue a camisa, enxugue meu pranto
Pérola Negra
Luiz Melodia



O melhor o tempo esconde longe muito longe
Mas bem dentro aqui Quando o bonde dava volta ali
Bonde da Trilhos Urbanos vão passando os anos E eu não te perdi
Mas aquela curva aberta, aquela coisa certa Não dá entender
Caetano Veloso




CAFÉ FILOSÓFICO
O que podem os afetos?
Viviane Mosé e Nelson Lucero

Nós somos um fundo caótico de afetos e de intensidades que buscam se significar. Como coordenar esse excesso de afetos dando a eles um contorno sem impedi-los de existir? Esta é a questão que a filósofa e psicanalista Viviane Mosé e o terapeuta corporal Nelson Lucero exploraram no Café Filosófico realizado dia 20 de junho, na CPFL Cultura em Campinas – “O que podem os afetos?”.

As faces do poder“O poder hoje se manifesta através da diminuição e do controle da vida. Estamos sempre procurando modelos, buscando um lugar na sociedade. Queremos nos encaixar no jogo, ao invés de jogar nosso próprio jogo”. Com sua sensibilidade de poeta, Viviane aponta que algo está errado: a vida está diminuída, quase por um fio. Seja pela sociedade, que massifica as pessoas, ou pelo inconsciente, que costuma nos levar pelo caminho mais seguro, nós estamos sob controle. Nos encaixotamos em modelos previsíveis, seguimos padrões para não errar. Longe de anunciar uma “conspiração”, a filósofa afirma que é possível reconhecer e driblar esses mecanismos de controle. “Spinoza diz que todo corpo afeta e é afetado por outros corpos e a compreensão desses choques vai produzir os bons e maus encontros.

Quando um encontro nos aumenta, ele produz a ação, mas quando ele nos diminui, ele nos torna passivos e nos entristece”. Viviane diz ainda que, de acordo com Spinoza, a compreensão de alegria e tristeza depende de uma quantidade de intensidade de vida que você ganha. Toda alegria é alegria de viver. Quando você ganha vida você se alegra e quando perde, você se entristece. “O único afeto para Spinoza é a alegria. Tristeza é a falta de alegria, amor é uma alegria atribuída a uma causa externa e raiva é uma falta de alegria atribuída a uma causa externa. Este é um tema maravilhoso, acho que deveríamos estudá-lo na escola”.

Limites para os afetos

Nós deveríamos amar profundamente os limites, pois eles nos permitem organizar este caos que somos”. Partindo de teorias de Nietzsche e Foucault, Viviane Mosé afirma que os limites estão sendo usados equivocadamente em nosso mundo contemporâneo: eles deixaram de ser um meio para atingir a própria vida e passaram a ser finalidade. Resultado: aquilo que deveria potencializar e organizar foi transformado em um entrave que impede a vida de ser vivida plenamente. “Nós tratamos mal nossos excessos de afetos porque não conseguimos lidar com eles, até tentamos eliminá-los. Nosso objetivo principal deveria ser vivê-los”.


A pulsação da vida
“Nós somos puro deslimite” Nelson Lucero
Todos nossos afetos encontram correspondência em nosso corpo. Partindo do princípio de que a vida é pulsação, o terapeuta corporal Nelson Lucero traz um novo olhar sobre os afetos. “A experiência sempre ocorre em primeira pessoa, no singular. Eu só tenho acesso à experiência do outro pela expressão, que é campo da ação: tudo o que eu experimento, de alguma maneira, vai criar forma: minha fala, expressão social, uma reação motora... Se os afetos percorrem toda a vida, nós podemos afirmar que eles impulsionam e excitam a vida. A própria vida é excitação e tensão, estamos vivos porque há uma excitação que nos percorre”.

Lucero ressalta que a principal propriedade da vida é criar formas, e este jogo tem dois caminhos: a contração e a expansão. Portanto, quando cria formas, a vida se endurece ou se dissipa. Ele exemplifica como os afetos são as formas de manifestação da vida no corpo: “A neurose, por exemplo, é criar um movimento na contração: é me defender, gastar energia. O outro extremo disso é me perder na expansão. Um sinal psicótico que o corpo dá é a estranheza do corpo: quando a pessoa não reconhece sua própria mão ou seu próprio rosto, ela está na eminência da psicose”.

O terapeuta explica que a própria vida e a morte podem ser sentidas de outra maneira: “Neste jogo de afetar e ser afetado, nós morremos e nos produzimos continuamente: é aí que reside nossa capacidade de maior ou menor autonomia. Quando eu não afronto a vida, ou tenho medo da morte, eu crio uma imobilidade, uma dureza, que me faz perder a capacidade de afetar e ser afetado. Não sinto mais a vida que pulsa em mim”.




Fonte: Café Filosófico

quinta-feira, 3 de julho de 2008

BULLYING?

Fonte: theglobeandmail


Quem já não presenciou um ato de “bulllying”, com certeza todos nós.
O termo parece novo. Proibiram até um game chamado BULLY, cujo o qual retrata ações dos praticantes e das vitimas. Muitas vezes os pais não percebem atos como este, e isso futuramente para ambas partes pode gerar sérios problemas no futuro. Vamos ao Bullying.

BULLYING
O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.
Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de BULLYING possíveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas ações que podem estar presentes:

Colocar apelidos / Ofender/ Zoar / Gozar / Encarnar / Sacanear/ Humilhar / Fazer sofrer/ Discriminar / Excluir / Isolar / Ignorar / Intimidar / Perseguir Assediar / Aterrorizar / Amedrontar / Tiranizar / Dominar / Agredir Bater / Chutar / Empurrar / Ferir / Roubar / Quebrar pertences

O BULLYING é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana. Pode-se afirmar que as escolas que não admitem a ocorrência de BULLYING entre seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo.
Seja qual for a atuação de cada aluno, algumas características podem ser destacadas, como relacionadas aos papeis que venham a representar:

Alvos de Bullying - são os alunos que só sofrem BULLYING; alvos/autores de Bullying - são os alunos que ora sofrem, ora praticam BULLYING; autores de Bullying - são os alunos que só praticam BULLYING;testemunhas de Bullying - são os alunos que não sofrem nem praticam Bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre.

Os autores são, comumente, indivíduos que têm pouca empatia. Freqüentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. Admite-se que os que praticam o BULLYING têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas.

Os alvos são pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as conseqüências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. São, geralmente, pouco sociáveis. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças.

Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens que estrema depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio.
As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas". Apesar de não sofrerem as agressões diretamente, muitas delas podem se sentir incomodadas com o que vêem e inseguras sobre o que fazer. Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente

Quando não há intervenções efetivas contra o BULLYING, o ambiente escolar torna-se totalmente contaminado. Todas as crianças, sem exceção, são afetadas negativamente, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Alguns alunos, que testemunham as situações de BULLYING, quando percebem que o comportamento agressivo não trás nenhuma conseqüência a quem o pratica, poderão achar por bem adotá-lo.
Alguns dos casos citados na imprensa, como o ocorrido na cidade de Taiúva, interior de São Paulo, no início de 2003, nos quais um ou mais alunos entraram armados na escola, atirando contra quem estivesse a sua frente, retratavam reações de crianças vítimas de BULLYING. Merecem destaque algumas reflexões sobre isso:

Depois de muito sofrerem, esses alunos utilizaram a arma como instrumento de "superação” do poder que os subjugava.seus alvos, em praticamente todos os casos, não eram os alunos que os agrediam ou intimidavam. Quando resolveram reagir, o fizeram contra todos da escola, pois todos teriam se omitido e ignorado seus sentimentos e sofrimento.As medidas adotadas pela escola para o controle do BULLYING, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão positivamente para a formação de uma cultura de não violência na sociedade.

As crianças que sofrem BULLYING, poderão não superar, parcial ou totalmente, os traumas sofridos na escola Poderão crescer com sentimentos negativos, especialmente com baixa auto-estima, tornando-se adultos com sérios problemas de relacionamento. Poderão assumir, também, um comportamento agressivo. Mais tarde poderão vir a sofrer ou a praticar o BULLYING no trabalho

Aqueles que praticam Bullying contra seus colega poderão levar para a vida adulta o mesmo comportamento anti-social, adotando atitudes agressivas no seio familiar (violência doméstica) ou no ambiente de trabalho.
As testemunhas também se vêem afetadas por esse ambiente de tensão, tornando-se inseguras e temerosas de que possam vir a se tornar as próximas vítimas.

Fonte: bullying.com.br

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Uma vela para Dario


Eu já vi duas versões do conto abaixo, nos fabulosos " contos da meia-noite" transmitido na rede cultura.

Uma vela para Dario
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca.Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protestou o motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado á parede - não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-las.Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delicias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na carteira era de outra cidade.Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu a multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes.O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo — os bolsos vazios. Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio quando vivo - só podia destacar umedecida com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão.A última boca repetiu — Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto.Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem a boca, onde a espuma tinha desaparecido. Apenas um homem morto e a multidão se espalhou, as mesas do café ficaram vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos.Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair.


Autor: Dalton Trevisan

terça-feira, 1 de julho de 2008

A hora da Lei Seca

Fonte: allposters

Na minha opinião
Sábado durante a noite a nossa preocupação foi apenas esta “lei seca”: por um lado é bom por causa de acidentes etc e tal, por outro é literalmente um porre. Agora assim dois copinhos de cerveja, será que deixa uma pessoa embreagada? Muito exagero.
E para que as propagandas de bebidas alcoolicas precisam colocar no final “se beber não dirija”? é não dirija mesmo !! rs
Assunto da semana!

E o que este cara ai em cima faria se estivesse vivendo nesta época?
Qual seria a forma de burlar a lei? Salvo engano ele viveu na época em que o EUA criava a sua “polêmica e desastrosa lei seca”.


Nos Estados Unidos
A definição se tornou famosa após a proibição ter sido adotada nos Estados
Unidos em 16 de janeiro de 1919, quando foi ratificada a 18ª Emenda à Constituição do país, entrando em vigor um ano depois, em 16 de janeiro de 1920. Seu cumprimento foi amplamente burlado pelo contrabando e fabricação clandestina. A Lei Seca foi abolida em 5 de dezembro de 193
3, tendo assim durado 13 anos, 11 meses e 24 dias.

No Brasil

No Brasil não existe a Lei Seca, mas um dispositivo legal que vigora durante a época das eleições. O período de proibição varia de acordo com a legislação de cada estado.O expediente é usado também por muitas cidades numa tentativa de conter os índices de violência. Geralmente em dias úteis da semana, no período da madrugada, os bares são proibidos de funcionar e comércio de bebidas, reprimido.Em 20 de junho de 2008 foi aprovada a Lei 11.705, modificando o Código de Trânsito Brasileiro. Apelidada de "lei seca", proíbe o consumo de qualquer quantidade de bebída alcóolica por condutores de veículos.[

Fonte: wikipedia