segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

PERFÍDIA

Autor Valmir

Oh, que palavra perfeita
Se enfeita com um ar ausente
Não fosse palavra seria serpente
Fosse doce seria veneno

O mesmo beijo com que me confortas e ajudas
É teu Judas Iscariotes em minha jornada
Feito decotes com insinuados peitos cheios de vinho
Leite materno de uma traição desnaturada

Dá-me, amor, tuas desculpas incestuosas
Que te ofereço mea culpa como rosas
Porquanto me desconjuras esvaída de prazer
E por fazeres juras apenas por fazer

Quanta sagração, amor, num gesto oscular
É a flor dos lábios teus que vem partir e vem beijar
Por me quereres desesperadamente e consentir
E a fazer de conta que consentes

Oh, perpétuo silvo da serpente
Não ouses nunca me deixar em paz
Nem vade retro nunca mais
Que hoje eu atirei pedras na cruz

Um comentário:

Rocio disse...

Uma composição bonita, eu acho que se pode sempre deve considerar essas coisas, então eu acho que podemos ter certeza de coisas em desenvolvimento, porque sempre se pode descansar fácil comer em restaurantes em Moema e vendo isso.